PG ganha hoje novo hospital público

Um novo hospital, integralmente voltado para o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde, será inaugurado nesta quinta-feira, em solenidade presidida pelo prefeito Pedro Wosgrau Filho e pelo governador do Estado, Roberto Requião. Resultado de um acordo entre o governo municipal, o Estado e a Sociedade São Camilo – mantenedora, na cidade, também do Hospital Vicentino – a nova casa hospitalar foi adaptada das instalações do extingo hospital psiquiátrico Franco da Rocha, na zona Leste da cidade.No novo hospital, informa o prefeito Pedro Wosgrau Filho, estão instalados 60 novos leitos de baixa e média complexidade, além de 10 leitos psiquiátricos – que vêm preencher uma lacuna aberta com o encerramento das atividades do Franco da Rocha, em 2005. Ali também será instalado o Centro de Atendimento Psico-Social de Transtorno Mental, ampliando a oferta de serviços de saúde do município numa área bastante sensível e carente.Nas instalações do Hospital São Camilo será instalada também a Lavanderia Central, responsável pela higienização de todas as roupas (de cama, do pessoal de serviço, etc.) do próprio São Camilo e ainda dos hospitais Vicentino, da Criança e do Pronto-Socorro.O prédio do novo hospital abriga também um ambulatório de saúde mental e o Centro de Manutenção, que vai prestar atendimento aos hospitais públicos da cidade.CRÉDITOO prefeito Pedro Wosgrau Filho garante que apenas a boa vontade da Sociedade São Camilo e a disponibilidade do governo do Estado é que permitiram a abertura do novo hospital, que acontece hoje. Além de produzir um impacto bastante positivo na composição da rede de saúde pública em Ponta Grossa, ofertando um número expressivo de novos leitos de internamento, o novo hospital terá também, como reflexo, uma melhoria em outras áreas, como o tratamento de alta complexidade. Em função da abertura de vagas de internamento comum no São Camilo, o Hospital Vicentino vai ampliar para dez o número de leitos de terapia intensiva disponíveis em suas próprias instalações, aumentando ainda mais a oferta de leitos de UTI na cidade e reduzindo a carência histórica nessa área.Wosgrau Filho credita ao governador e à sua sensibilidade para com as solicitações do setor de saúde a concretização dessa iniciativa. “O governador foi extremamente sensível às nossas reivindicações quanto ao setor de saúde. Ele tem consciência de que temos um grande desafio, em Ponta Grossa, que é revolucionar o sistema e garantir tratamento digno e adequado para todo cidadão. Por tudo isso é que concordou em proceder aos investimentos necessários para concretizar a implantação do Hospital São Camilo”.HISTÓRICOGastos com saúde quasedobram entre 2004 e 2005Os investimentos do governo Wosgrau Filho em saúde, no primeiro ano da administração – 2005 – superam, com folga, a margem mínima estabelecida pela Constituição Federal. Segundo a Emenda Constitucional 29, os municípios devem investir a cada ano pelo menos 15% de suas receitas em saúde. Ao contrário do que se verificou em 2004, último ano do governo anterior, em 2005 a administração municipal ultrapassou, em ampla margem, esse patamar. De acordo com a prestação de contas do município ao Tribunal de Contas, nos doze meses de 2005, os investimentos superaram os 20%. Até outubro daquele ano, conforme relatório gerado pelo próprio Tribunal, o município de Ponta Grossa esta semana – e disponível no endereço eletrônico www.tce.pr.gov.br/responsabilidade/simam2004/relatórios/relatorio_gerado/05005808.htm - a administração havia aplicado 19,24% do orçamento anual em saúde. O mesmo percentual deve ser confirmado também no último bimestre de 2005. As projeções da administração são de que, efetivamente, o percentual final a ser apontado – e aceito – pelo Tribunal de Contas, fique entre 18 e 20%, singularmente mais do que os 15% do orçamento estabelecidos com piso dos investimentos na área, segundo a Constituição.Em contraposição a esse dado, e em choque com as conclusões apontadas pelo Ministério Público – que pediu auditoria externa nas contas da saúde municipal em 2004 e 2005, para apurar se não houve redução nos investimentos – o que houve de fato foi um aumento substancial nessas aplicações. No último ano do governo Péricles, de fato, a administração municipal não investiu sequer o mínimo estabelecido na Constituição. O Tribunal de Contas do Estado do Paraná ainda está analisando as contas do município relativas a 2004, mas documento da Diretoria de Contas Municipais aponta, em item que descreve as despesas realizadas com saúde, atendendo à Emenda Constitucional 29, o governo anterior investiu muito menos do que o mínimo de 15%. Consta de documento oficial do Tribunal de Contas que o índice ajustado de aplicação na saúde, em 2004, ficou em 11,17%.Segundo o prefeito Pedro Wosgrau Filho, os dados do Tribunal de Contas são indiscutíveis: “nós não apenas mantivemos todos os investimentos em serviços e procedimentos, como também os aumentamos significativamente, em relação a 2004. Tanto é assim que o percentual praticamente dobrou, daquele ano para 2005”. O chefe do Executivo anota ainda que a diferença, na realidade, é superior: em 2005, o orçamento era ainda maior do que em 2004. Portanto, nós investimentos naquele ano quase o dobro do que a administração anterior, no setor de saúde. E vamos investir ainda mais, neste ano”.Wosgrau reconhece que, apesar dos esforços, ainda há muita coisa a ser feita. “Mas estamos fazendo as mudanças necessárias com responsabilidade. Começamos com a reforma da estrutura física do Pronto-Socorro e do Hospital da Criança, estamos inaugurando hoje o Hospital São Camilo, que vai permitir a abertura de mais 60 leitos de internamento comum e outros 10 de internamento psiquiátrico e, numa medida estratégica para levar atendimento médico de qualidade a todo cidadão, vamos implantar até o final do ano os Centros de Atenção à Saúde junto aos terminais”. Wosgrau lembra ainda que já está em fase de complementação de projetos o futuro Hospital Regional, que vai impulsionar ainda mais a qualidade dos serviços de saúde da cidade. “Nosso compromisso com a qualidade dos serviços de saúde está mantido. A Saúde é nossa prioridade e assim vem sendo tratada, tanto no aspecto funcional quanto na destinação de recursos”.O prefeito listou ainda a realização de concursos públicos para a contratação de novos profissionais da área de saúde, ressalvando que mesmo assim ainda é escassa a disponibilidade de mão-de-obra para o setor. No entanto, Wosgrau deixa claro que o município é responsável apenas pela atenção básica à saúde. “Nós não podemos ser cobrados pelo cancelamento de cirurgias, uma vez que esses procedimentos estão na esfera do governo do Estado, e não temos competência legal para atuar nessa área”.Para o prefeito, a solicitação da Promotoria de Saúde Pública, para que sejam feitas auditorias nos gastos da saúde, será de grande valia: “vai nos ajudar a mostrar à população que apesar das dívidas e dificuldades herdadas da administração anterior, estamos investindo mais e mais na área da saúde, buscando desde o primeiro dia de nosso mandato, serviços de qualidade, ágeis, eficientes e dignos para nossa população”.