Saúde quer atingir meta de vacinação anti-pólio até sexta

Ponta Grossa vacinou 83,5% das crianças menores de cinco anos, até esta terça-feira, durante a primeira etapa deste ano da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. O índice está abaixo da meta estabelecida pela coordenação local da campanha, que é de vacinar 95% das crianças. A campanha aconteceu no dia 11 de junho e foi prorrogada por duas vezes, sendo que o encerramento acontece impreterivelmente nesta sexta-feira, dia 23. “Esse resultado é preocupante, pois a campanha será encerrada dentro de três dias e, se ficarmos abaixo da meta, há risco de reintrodução do vírus Selvagem, transmissor da pólio”, alerta a enfermeira Úrsula Kemmelmeier, coordenadora da campanha no município.Segundo levantamento da Divisão de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde, a cobertura vacinal chegou a 97% das crianças com menos de um ano, mas ficou em 80,4% das crianças entre um e quatro anos. Ao todo, 24,2 mil crianças menores de cinco anos receberam a gotinha até agora.“Sem atingir a meta, além de ficarmos vulneráveis à reintrodução do vírus, já que a eficácia da campanha fica comprometida, isso representa um retrocesso ao trabalho realizado por mais de 20 anos no país para a erradicação da pólio”, ressalta Úrsula. Ela acrescenta que a vacina está disponível em todas as unidades básicas de saúde, durante o horário normal de funcionamento. “É muito importante que todas as crianças que ainda não receberam a gotinha sejam encaminhadas a uma unidade de saúde para tomar a dose da vacina”, reforça a coordenadora.Além da gotinha também estão disponíveis nas unidades as demais vacinas do calendário básico, para atualização do esquema vacinal de quem estiver em atraso.PÓLIOA poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro clássico de paralisia flácida de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e a evolução desta manifestação freqüentemente não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores. A reintrodução do vírus, segundo Úrsula, pode ocorrer caso uma pessoa contaminada em outros países onde a pólio ainda está presente, como África e Ásia, e que não apresente os sintomas, possa transmiti-lo para as crianças que não foram imunizadas.De acordo com dados do Ministério da Saúde, a doença foi de alta incidência no país em anos anteriores, deixando centenas de deficientes físicos por ano. Hoje, encontra-se erradicada no Brasil em virtude das ações de imunização e vigilância epidemiológica.