CAPELA SANTA BARBARA

DA CATEQUIZAÇÃO A PRESEVAÇÃO
jesuítas nos Campos Gerais

A constante busca por riquezas e colônias resultaram na ocupação européia dos territórios americanos. Os interesses comerciais e econômicos se mantiveram estreitamente ligados à exploração e posterior colonização. Em meio a esse processo os jesuítas, integrantes da ordem Companhia de Jesus, eram enviados juntamente com os desbravadores com a missão de catequização e converção do gentio.
Os jesuítas se espalharam por várias regiões do território brasileiro, chegando a lugares distantes e inexplorados, convivendo com inúmeros grupos indígenas. Durante os séculos XVII e XVIII já haviam penetrado em direção ao sul do Brasil e só em território paranaense cerca de 13 reduções ou aldeamentos foram criados, chegando a manter cerca de cem mil índios. Nesse mesmo período os religiosos construíram um Convento e um Colégio em Paranaguá, passando a representar um ponto estratégico para desenvolver atividades religiosas ligadas a ordem.
Nos Campos Gerais os Jesuítas se estabeleceram na Sesmaria de Itaiacoca, em terras doadas por José de Goes e Moraes, em 1727. Os missionários mantiveram na chamada Fazenda Pitangui, atividades ligadas a pecuária e a agricultura de subsistência.  No local onde primeiramente se fez um pequeno oratório, logo se postou uma Capela dedicada a Santa Bárbara, que passou a ser freqüentada por moradores da região, chegando a ter um pequeno cemitério nas proximidades. Em meio a conflitos com a coroa portuguesa, o Marquês de Pombal decidiu pela expulsão e confisco dos bens dos jesuítas. As terras da Fazenda Pitangui passaram para as mãos dos carmelitas da Fazenda Capão Alto e posteriormente a particulares. A memória religiosa e histórica da capela acabou sendo mantida por poucos devotos.
Todavia, a Capela Santa Bárbara representa hoje um dos poucos pontos de referência da presença jesuíta em território paranaense, sendo dessa forma justificada a sua restauração e preservação junto ao Estado, pela sua seção de Patrimônio. Preservar o patrimônio, sendo ele edificado ou simbólico, representa a manutenção dos diferentes aspectos culturais em conjunto com as transformações sócio-econômicas de um determinado grupo.

Adreane Marceli Willenborg Schuchardt
Historiadora – Casa da Memória Paraná