Ultraje a Rigor é a atração da München nesta sexta

A 16a edição da Münchenfest chega ao seu último final de semana. Para animar o público desta sexta-feira (2), o show principal ficará por conta da banda Ultraje a Rigor. O show acontece às 22 horas, no palco externo do Centro de Eventos. Entre tantas bandas do Brasil dos anos 80, o Ultraje a Rigor, formado por músicos de São Paulo, fazia rock e dizia as coisas com sinceridade, mas sem perder o humor. Com o LP Nós vamos invadir sua praia, o Ultraje a Rigor conquistou o público jovem e lançou muitos sucessos. O tempo passou e o Ultraje continuou por aí. E não só isso: continuou por aí fazendo rock’n’roll, o que, para a banda, quer dizer muito numa terra de efêmeros e primado estético da MPB. Músicos entraram e saíram e o líder Roger Rocha Moreira se manteve firme na estrada e no disco, com aquele mesmo jeito desconfiado, fazendo seu som e vendo suas canções servirem de ponte para sucessivas gerações de roqueiros brasileiros. Vinte anos depois da estréia em LP, Roger e o Ultraje chegam ao Acústico MTV Ultraje a Rigor. Mais do que uma ocasião de gala e uma celebração, mais do que a hora da revisão dos 100 mil quilômetros, esse CD/DVD é a reafirmação de um jeito muito particular de fazer rock. Um jeito que só alguns poucos músicos brasileiros conseguiram transformar em algo atemporal.Como o Ultraje a Rigor, Acústico MTV é simples. Começa com Roger puxando as canções no violão e aguardando o ataque dos seus companheiros que vêm a ser um dos times mais eficientes do rock nacional. No violão com jeito de guitarra, Sérgio Serra, integrante de uma clássica formação do Ultraje (1987 – 1990), de volta ao time desde 2002. Na bateria, o incansável Bacalhau, que veio das bandas brasilienses Little Quail & The Mad Birds e Rumbora e, por duas vezes, excursionou pelo Brasil com os ingleses do The Mission na ausência do baterista original. E no baixo, Mingau, um dos primeiros punks de São Paulo que, aos 15 anos de idade, já tocava guitarra nos Ratos de Porão. Nos saxes, flauta, clarinete e percussão, Manito, o homem dos mil instrumentos, que nos anos 60 tocou com os Incríveis e, na década seguinte, com os Mutantes. E é esse som que o público poderá acompanhar no show desta noite.Hoje em dia, aos 48 anos de idade, tranqüilidade é tudo que Roger quer da vida. “Mas a música me anima”, confessa ele, que, rendido, prepara-se para a temporada de shows do Acústico, o seu back-to-basics 20 anos depois.