EDUCAÇÃO: Adesão ao movimento de greve cai nas escolas públicas municipais

por Rodrigo K.
fotos: Vanderson Padilha
 
Nesta terça-feira, 80% das escolas funcionaram normalmente e 20% funcionaram de maneira parcial. Pais ajudaram a garantir a rotina de estudos onde houve falta de alguns funcionários.
 
Em virtude da greve de parte dos servidores públicos ponta-grossenses, algumas escolas municipais funcionaram de maneira parcial nesta terça-feira. Porém, a adesão dos funcionários caiu do primeiro para o segundo dia do movimento. Nesta terça, 80% das unidades funcionaram normalmente, enquanto 20% funcionaram parcialmente. Na segunda-feira o número era de 70% contra 30%, conforme levantamento da Secretaria Municipal de Educação.
 
Foram poucas as unidades em que não houve aula. Influenciados por boatos alguns pais preferiram não enviar as crianças. Porém, todas permaneceram abertas e à disposição das famílias. Naquelas escolas em que houve redução de funcionários, as equipes de gestão reorganizaram as atividades e algumas também contaram com a ajuda de pais dos alunos para que fosse mantida a rotina dos estabelecimentos de ensino. Um exemplo foi na Escola Municipal Professor Paulo Grott, no Núcleo Monteiro Lobato, onde 210 de 240 crianças foram à aula. Quatro pais de alunos deram apoio na zeladoria, recepção dos alunos e até no preparo da merenda.
 
Na Paulo Grott houve até excesso de voluntários. “Vi que a diretora estava reorganizando os professores para a aula e que não teria pessoal para fazer a alimentação, então eu me ofereci para ajudar”, conta o microempreendedor individual Gerson Luís Pyl, enquanto secava e organizava as xicaras do café das crianças. “Tentamos deixar o mais normal possível para os alunos, porque nossos filhos estudam aqui. Nós sempre ajudamos a implantar projetos, como o de reciclagem, tudo para melhorar a escola”, comenta o pai, que também é membro do Conselho Escolar.
 
As mães Eunice Valéria de Souza e Luíza Staichak também foram voluntárias. Luíza aponta a importância do envolvimento das famílias no dia a dia da escola. “Se os pais ajudarem, será sempre muito melhor, a escola não ficará sobrecarregada”, comenta ela. Já o pai Alexandro Osman, que também se voluntariou, define: “ajudamos porque nossos filhos estudam aqui”.
 
Na Escola Municipal Professor Sebastião dos Santos e Silva, no Núcleo Santa Mônica, os professores estavam presentes. Porém, devido a boatos de que não haveria profissionais, a maioria dos pais não enviou os alunos. Assim, os professores realizaram hora-atividade e aproveitaram para antecipar a decoração para os festejos juninos, que serão realizados neste mês, conforme a diretora Dayane Zehnpfennig. “Aqui também recebemos pais que se prontificaram a apoiar caso fosse necessário, e conseguiríamos oferecer a alimentação. Pelo número pequeno de alunos, porém, alguns pais preferiram não deixar as crianças”, comenta ela.