Professores recebem orientação para primeiros socorros

Professoras da rede municipal estão recebendo, desde ontem (segunda-feira, dia 15) orientação sobre primeiros socorros e providências imediatas para enfrentar os casos mais comuns de acidentes e patologias verificados nas escolas. Três acadêmicas do último ano de Enfermagem da UEPG, Eliete Andrade, Mirela Ceregato e Paola de Farias, desenvolvem desde outubro passado, como seu Trabalho de Conclusão de Curso, o projeto “Salvando Vidas com Educação”, que tem como objeto a administração de informações básicas a profissionais da Educação, permitindo uma primeira linha de reação e socorro dentro das próprias escolas. No total, participam do programa de orientação 75 representantes de escolas municipais e dos Centros Municipais de Educação Infantil. O primeiro passo foi a elaboração de um questionaria sobre as ocorrências mais freqüentes nas escolas, a partir do qual foram elaborados o programa de instrução, uma apostila informativa e uma relação de materiais necessários. Segundo o levantamento, os casos mais comuns foram descritos genericamente como “ferimentos leves”, mencionado por 48% das escolas como o de ocorrência mais freqüente. A seguir aparece, com 37,3% dor de ouvido e 22,7% hemorragia nasal. Com menor freqüência foram citados desmaios, crises convulsivas, picadas e ferroadas, mordidas de animais e intoxicação.A partir desse questionário, e com a colaboração da coordenadoria de Projetos Especiais, da Secretaria Municipal de Educação, foi elaborada a apostila. Em parceria, a Secretaria Municipal/Instituto de Saúde forneceu kits, distribuídos ontem às representantes das escolas que participaram do treinamento. Cada kit contém algodão, gaze, duas ataduras, um rolo de esparadrapo e oito pares de luvas.Para a administração das orientações – que contaram com teoria e prática, inclusive com a apresentação de animais peçonhentos (serpentes empalhadas, aranhas e escorpiões mantidos em formol), e exercícios de ressuscitação cárdio-respiratória, as 75 representantes foram distribuídas em três turmas. A turma inaugural recebeu treinamento ontem (15), uma segunda turma terá as aulas nesta quarta-feira (17) e a terceira, que inclui representantes dos Centros Municipais de Educação Infantil, está agendada para o dia 30.BOM PARA TODOSEm discurso na apresentação do projeto, a secretária de Educação, Zélia Marochi disse que essa iniciativa é “boa para todos”, mencionando uma experiência anterior, denominada “Brincando Estou Melhor”, desenvolvido em hospitais, que obteve como resultado uma queda brusca tanto no tempo de internação de crianças como nas infecções hospitalares. Segundo ela, o programa “potencializa nossos recursos: temos que somar forças e dividir responsabilidades”. A secretária também manifestou desejo de ver esse tipo de treinamento sendo oferecido permanentemente aos professores, e anunciou que a participação será compulsória, porque “é inaceitável que uma escola não entenda o valor desses cuidados com a saúde de nossas crianças”.Em seu pronunciamento Zélia também lembrou que sem saúde não pode haver educação. Já o secretário de Saúde, Alberto Olavo de Carvalho, que falou a seguir, completou o raciocínio apontando que “sem educação não pode haver saúde”. Carvalho também mencionou que o conceito de saúde não é mais apenas a ausência de doenças mas, segundo definição da Organização Mundial de Saúde, é o “estado de perfeito equilíbrio físico, psicológico e social”. Segundo o secretário, as opções de parceria “unem forças da comunidade, para que se busque esse estado de equilíbrio”. Ele também anunciou a retomada de um programa desenvolvido na primeira gestão do prefeito Wosgrau Filho (1998-92), o “Saúde do Escolar”, que detectou serem deficiências óticas ou auditivas as causas reais da inclusão de muitas crianças em turmas de educação especial. “Com aquele programa, resolvemos isso, mas temos agora muitos outros problemas a resolver”.