Aumento real da tarifa foi de 1% acima da inflação

De acordo com cálculos da Secretaria Municipal de Planejamento, o reajuste estabelecido no último final de semana, nas tarifas do sistema integrado de transporte ficou aproximadamente em 1% acima da inflação do período entre fevereiro de 2005 – data do reajuste anterior – e maio de 2006. De acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e reconhecido como um dos mais confiáveis indicadores do nível de inflação, no período os preços variaram 7,04% - considerando-se para maio índice idêntico ao de abril. Nesse mesmo intervalo, a tarifa do transporte coletivo em Ponta Grossa sofreu um reajuste de 8,11%. Apesar da pequena diferença, o prefeito Pedro Wosgrau Filho diz que o interesse do governo é “fazer o possível para que a tarifa seja a mais barata”. Assim sendo, ele diz que vê com muito bons olhos a iniciativa da Câmara Municipal, de promover uma revisão na estrutura legal de suporte ao setor de transporte, e acha saudável todas as aferições de custos. “Temos que ter em mente que a partir da adoção da bilhetagem eletrônica, será possível estabelecer com muito mais exatidão o fluxo de passageiros no sistema, facilitando um gerenciamento mais adequado, voltado exatamente para a otimização do serviço: isto é, ônibus circulando em linhas ou nos horários com um número de passageiros condizente com a necessidade da comunidade, e isso deve resultar numa redução de custos”. Segundo o prefeito, embora o aumento real no valor da tarifa tenha sido efetivamente pequeno, isso se deve à opção do município pelo menor impacto possível, pois “o estudo técnico feito sobre a planilha, apresentado pela empresa contratada, apenas ratificou o que nossos técnicos já haviam apontado: o valor correto da tarifa seria entre R$ 2,10 e R$ 2,15. Porém nós conseguimos, junto com a Viação Campos Gerais, estabelecer uma tarifa menor. Pelo que está previsto em contrato, é bom frisar, o valor da tarifa seria pelo menos R$ 2,10”.O chefe do Executivo Municipal também diz que assim como o governo, também a Câmara Municipal está preocupada com o assunto, e não foge de suas responsabilidades: “sabemos que a Câmara está promovendo sérios estudos no sentido de reduzir custos e estabelecer parâmetros para que seja possível evitarmos, ou pelo menos minimizarmos, essas elevações da tarifa”.Gestão anterior aumentou atarifa em 41% em 12 mesesNuma comparação fácil de fazer, fica evidente que a política de gestão do sistema de transporte, no atual governo, é bem mais efetiva em relação à tarifa. Num período de doze meses – em 2003 – o governo anterior concedeu dois reajustes de preço. Em janeiro daquele ano a passagem, que custava R$ 1,10, sofreu um reajuste de 18,18%, indo para R$ 1,30. No dia 30 de dezembro do mesmo ano, um reajuste maior ainda: 23,08%, jogando a passagem para R$ 1,60 e fazendo com que o acumulado no ano ficasse em perto de 41%.No último domingo entrou em vigor o segundo reajuste de tarifa da gestão Wosgrau. No primeiro – 14 meses depois do reajuste dado pelo governo anterior – a tarifa foi reajustada de R$ 1,60 para R$ 1,85. E o segundo, decretado na semana passada, elevou a tarifa para R$ 2, com um reajuste da ordem de 8,11%, perfazendo cerca de 24%.